A SONHADA CASA DA PRAIA
27/08/2017 11:32
A sonhada CASA da PRAIA----01- 18-08-2017
Nós passávamos todos os verões em Nova Viçosa BA. Lugar que nossas filhas. Deram os primeiros passos na mesma areia que escavava com a pazinha. À pequena distância ficava a nova casa de praia da família,foi uma boa conquista em 1979 nós como os pais observavamos as duas crianças. “Agora venham”! Está na hora de irmos para almoçar, chamou a mãe.Almoçavam cansados,e tirávamos uma soneca da tarde. “Nós temos mesmo que partir?”, perguntou a menina. Os adultos se olharam, um deixando para que o outro falasse, até que a mãe tomou a iniciativa: “Sim, minha filha. Nada dura para sempre, especialmente as férias”.
A mais nova como mais calada pensava em uma maneira de levar a praia consigo para a cidade. Assim sentiria menos saudades, e teria mais recordações durante outra volta que era pelo menos duas vezes por ano. A minha esposa quase sempre optava por vir a pé pela praia ,pois formavam piscinas na praia e a água era quentinha devido ao adiantar da hora que passava sempre do meio dia “Vou levar um pouco do mar em uma garrafa”, falou a mais nova que logo concordou sua Irma é bom porque assim estaremos lembrando destes dias tão agradáveis.
Naquela última tarde, completou mais uma vez seu ritual. Depois do almoço, perguntou à mãe se já podia dar um mergulho. Ela o lembrou, pela milésima vez, que era preciso esperar a maré baixar. Enquanto isso não ocorria, elas pediram dinheiro para comprar picolé de um ambulante que passava com seu carrinho. Depois provocou a irmã, correndo atrás dela com a pistola de água. Eu sempre ficava resolvendo uma revista de palavras cruzadas que trazia de Gov. Valadares.
Esta viajem era sempre uma aventura uma grande parte, era estrada de terra e quando chovia o carro atolava e muitas vezes teve que ser puxado por trator ,sempre estavam ali com intenção de ganhar uns trocados.Ainda mais apesar de ter construído a casa com laje e a instalação elétrica toda pronta na esperança de chegar a luz , mas demorou quatro anos , no último Consegui um motor de um amigo da marca Honda pequeno mas dava para por luz na casa toda , a geladeira naquela época era a querosene ,interessante que alguns vizinhos passavam e paravam perguntando como tínhamos luz.
Era comum devido ao meu trabalho deixar a família e voltar para trabalhar, em quinze dias retornava e completava as férias. .Em todos os anos esses acontecimentos se repetiam, e com esta casa nunca deixei de levar minha família todos anos na orla do mar ; era uma festa.
Como era uma casa de férias a minha esposa Noeme mandou entalhar uma placa em uma viajem nossa a SP com nome de” Recanto do Zé Fubá” meu apelido por ser sócio de uma indústria de produtos de milho, por sinal até hoje a placa está intacta. . Após a noite cair,a única diversão era uma conversa familiar até às dez horas que desligava o motor, e aí era luz de velas.Em dias de lua cheia,o pai convidou toda a família para uma caminhada noturna pela praia. Outra aventura que não poderia deixar de se repetir. Caminhamos descalços pela areia úmida, observando a pequena luz do farol, à distância.
“Crianças, preciso contar uma coisa”, falou o pai, em tom grave. Tal ar não combinava com aqueles dias mágicos, e sugeriu discretamente que a conversa fosse adiada. A praia deveria ser somente lugar de histórias felizes. “Você não sabe ainda?”, perguntou a irmã mais velha o caminho de volta. “O pai vai vender a casa. Nunca mais vamos voltar aqui” é brincadeira minhas filhas, jamais venderei esta casa. Depois do choque da noticia, a Anita a mais nova não pregou os olhos, um minuto sequer, durante toda a noite.E por falar em nome, a filha mais velha chama Rita.Sentir sede de madrugada e ter que caminhar no escuro até a cozinha, mesmo com medo, para beber água.do filtro que era de barro.Fim de ferias ficou olhando pela janela, tentando gravar em sua memória a última imagem daqueles dias felizes de sua infância.Em um outro artigo continuarei incluindo as pessoas amigas e minha família que também desfrutaram e nos deram alegrias neste lar que ainda existe até hoje. Sentimos saudade de certos momentos da nossa vida depois de aposentar o sonho passou à realidade a casa da praia virou nossa residência. Escrevo meio a esmo. Quem lerá não importa. Ser leitor de si mesmo abre qualquer porta.José Augusto Lara*--F.A,E.G.V. VISITE MEU BLOG :https://Jose-augusto-lara8.webnode.com.